Um Mundo de Curiosidades

Quando escrevia regularmente aqui no blog tinha uma coluninha chamada  “você sabia?”, nela publicava fatos interessantes e curiosidades sobre o vinho. 
Recentemente tive acesso a uma série dessas curiosidades, algumas que não imaginava, outras que me encantaram e algumas que contradiziam informações anteriores. Nessas próximas linhas trago um apanhado daquilo que encontrei ser bem curioso e que nos ajuda a abrilhantar ainda mais esse maravilhoso mundo, realmente repleto de matizes, aromas e sabores.

Quero começar com o Brasil, o país que está em moda no mundo tem uma história no vinho bem recheada e muitas coisas que veremos nos indica o momento atual de nossa produção, bem como nos mostra que algumas novidades, não são tão novas.

Aqui inicio o Você Sabia?
Sabia que o vinho no Brasil está presente desde os anos 50 do ano de 1500, foi Brás Cubas, nascido no Porto que trouxe a vinha e o vinho para o Brasil, primeiro plantando no litoral paulista (na que hoje conhecemos como Cubatão) e em face dos maus resultados subiu a serra e fixou plantações em São Paulo (com a primeira produção regular que se tem registro) e depois na região que conhecemos hoje como Jundiaí.


Nesse mesmo período os países colonizadores sentiam falta de seu vinho e como eles não conseguiam chegar em bom estado nas colônias do novo mundo resolveram plantar.
Os primeiros países a produzir e abastecer as colônias espanholas foram (olhem só) México e o Peru.

Enquanto as questões territoriais e políticas borbulhavam pelo mundo aqui no Brasil uma senhora, a rainha Dona Maria I (a louca) baixou um decreto proibindo a produção do vinho brasileiro, isso por volta de 1800, assim a produção que caminhava a passos lentos findou.

Enquanto isso a Europa, mais precisamente a França, recebia um tal de Thomas Jefferson que com a visão que lhe era peculiar passou a provar e catalogar os vinhos que bebia, criando talvez o primeiro guia de vinhos da história. Seu trabalho resultou em muitos vinhos chegando em sua terra (Estados Unidos) e dando os primeiros grandes passos para iniciar uma produção de altíssima qualidade em seu país.
Ainda na França acontecia a Revolução Francesa e um de seus democráticos resultados foi a desapropriação de latifúndios, muitos da Igreja e muitos concentrados na Borgonha. Essa redivisão fez com que terras excepcionais voltassem para a população e como ainda havia mais uma lei que não deixava concentrar riqueza as parcelas de terra foram muito dividas, assim famílias que eram donas passaram a ter diversos membros com diversos vinhedos, nascendo assim uma das maiores diversidades de vinhos em propriedades muito pequenas (caso do Romanée-Conti com apenas 1,8 hectares).
Fato fica ainda mais interessante, pois a história se dedica a essa parte da França e me perguntei o porquê só a Borgonha ganharia esse destaque. Pude concluir que Napoleão Bonaparte estava fazendo uma divisão política e estratégica, pois já sabia que aquele lugar produzia um dos melhores vinhos de seu país, sabia disso pois conhecia a história. Por volta do ano 60 AC Julio Cesar (Imperador Romano) determinou leis agrárias em uma de suas recém conquistadas terras e colocou pessoas de alto escalão para cuidar. Essa região, à época terra de Gália, era o que hoje chamamos Borgonha e os vinhos batizados de? Romanées (ou romanos)!

Voltando ao Brasil, o surto de Dona Maria demoraria cerca de 30 anos para ser corrigido. Foi com a presença da família real no Brasil e com Dom João VI que o decreto foi vetado e voltamos a produzir o vinho que era servido em todas as comemorações e eventos.
Provavelmente o Brasil recomeçaria a produzir um vinho de melhor qualidade nessa época, pois sabemos que até hoje não temos uva (em larga escala) com excepcional qualidade, nos falta um pouco de açúcar natural, e faríamos isso com a descoberta do Sr. Jean-Antoine Chaptal e sua chaptalização que consiste em adicionar açúcar ao mosto, aumentando assim o teor alcoólico dos vinhos e sua qualidade.


De lá para cá ainda temos muitas curiosidades, inclusive o momento do nascimento dos espumantes no Brasil, mas essas histórias contarei em uma nova oportunidade!

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